quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Bullying - o que esperar da escola?



Época de volta as aulas é sinônimo de alegria, reencontro com os amigos e, também, preocupação. O Bullying, a prática de invadir a importunar e ferir colegas na escola com nome estrangeiro ou não deixa milhares de crianças ansiosas na época da volta às aulas anualmente. A postura da escola quando o bullying acontece é fundamental para lidar com o problema. E quando o bullying acontece, o que devemos esperar da escola? Acolhimento.


Acolhimento por parte da escola é o que uma criança vítima de bullying precisa. Afinal, ela já está sendo humilhada e está com medo de não ser acolhida no momento da denúncia. Se a escola resolver colocar a culpa pelo bullying na vítima ou minimizar o ocorrido não vai ajudar em nada. E quando a vítima do bullying é uma criança pequena - acredite, acontece com elas também - o desastre é ainda maior.


Ano passado fiquei sabendo de um caso acontecido com o filho de uma amiga, quem vou chamar de João, de 5 anos. João mudou de escola e entrou numa turma que já estava formada há bastante tempo. Num primeiro momento João foi bem recebido e dizia em casa que estava gostando da nova escola. A professora reportou que João estava bem adaptado e que nem parecia aluno novo, já que tinha feito boas amizades na turma. Alguns meses se passaram e a família começou a notar João irritadiço e nervoso em casa, chorando à toa. Depois de muitas tentativas, os pais conseguiram que o menino contasse o que estava deixando ele tão nervoso. Um dos meninos da turma, sabe-se lá por que motivo, resolveu colocar um apelido em João, chamando-o de Joana. Algumas crianças da turma riam quando isso acontecia e o agressor foi ficando confiante. Com o passar dos dias , o apelido pegou e outras crianças já estavam chamando o menino de Joana.  Cada vez que era chamado de Joana, João ficava extremamente nervoso e numa das ocasiões chegou a empurrar uma menina que o chamava pelo apelido. Apesar disso tudo , a professora não tinha ainda percebido as ações da turma para com João e o menino se calava. Somente quando conversou com os pais, depois de três meses com o apelido que o incomodava, João conseguiu contar o que acontecia.


Apesar do receio da posição que a escola pudesse tomar, os pais marcaram uma conversa e expuseram as angústias do pequeno João. Felizmente tiveram a boa surpresa de verem que a nova escola de João sabia lidar com bullying. Logo no dia seguinte, na hora da entrada, a equipe pedagógica, coordenadora, orientadora e professora da turma participaram da rodinha da turminha e ajudaram João a contar a turma que as atitudes dos colegas estavam fazendo muito mal a ele. As crianças conversaram abertamente sobre o problema, alguns disseram que usavam o apelido pois não sabiam que João não gostava dele. Já os amigos mais chegados a João disseram que apoiavam o amigo e sabiam que ele estava incomodado. No final da conversa foi feito o combinado, e toda a turma se comprometeu a cumprir, de nunca mais chamar João ou qualquer outro colega por apelidos bobos que possam magoar. O trabalho da escola continuou ao longo do ano sempre prestando atenção se João estava a vontade para contar algum fato novo. Os pais de João ficaram aliviados por verem a escola coibir o bullying e tomar uma atitude positiva em relação a ele. É assim, respeitado cada caso, que a escola deve agir.

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